quinta-feira, 26 de maio de 2011

Feira Verde de Ibicaraí completou 10 anos


Redação Jamilly Rodrigues/Assimp/EBDA
Regional Itabuna/Tel.:(73) 3212-2392

Muitas pessoas que trafegam pela BR-415, Km 02, entre o município de Ibicaraí e o distrito Vila Santa Isabel, nem imaginam que, a poucos metros da rodovia, existe um projeto de horticultura, desenvolvido por agricultores familiares, com excelentes resultados. Trata-se do Feira Verde, do Programa Produzir, criado pelo Governo do Estado através das secretarias da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), e de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir).
 A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), da Seagri, e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), da Sedir, são os órgãos gestores do programa que contam ainda com o apoio da prefeitura municipal de Ibicaraí e do Banco do Nordeste.
Este ano, o projeto Feira Verde, de Ibicaraí, completou 10 anos de implantação, sob a administração da Associação Comunitária da Vila Santa Isabel, selecionada pela EBDA para participar do programa. São 32 agricultores familiares associados que plantam alface, coentro, couve, pimentão, pepino, quiabo, abóbora, salsinha, pimenta, maxixe, cenoura, beterraba, além de outros produtos, numa área de cinco hectares, cedida pela prefeitura municipal de Ibicaraí, em regime de comodato.
O presidente da Associação, Roberto Silva Souza, que obtém uma renda de quase três salários mínimos, por mês, com o comércio dos produtos, conta que os agricultores adotaram a EBDA como a “mãe do projeto”. Os produtos cultivados são comercializados em feiras livres de toda a região. “Não trocamos isso aqui por dinheiro nenhum de salário; até um carro e uma casa eu já consegui comprar”, enfatizou o presidente. Já o agricultor Givaldo de Oliveira diz que muita coisa mudou desde que se associou. “Hoje eu tenho geladeira, fogão, mais de uma televisão, parabólica, tudo com o dinheiro da venda de pimenta. E ainda sobra um dinheirinho que estou guardando para comprar minha casa.”


O chefe interino do escritório da EBDA de Ibicaraí, o técnico em agropecuária José Carlos Albernaz, informou que a empresa começou a prestar Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), antes mesmo do projeto ser implantado. Anteriormente, os agricultores plantavam em uma área sem água e próxima a um lixão. Quando surgiu o projeto, os técnicos da empresa passaram a orientar sobre a necessidade de plantar para a subsistência da família. “Só depois dessa etapa, nós orientamos a venda do excedente, para que tivesse, na atividade, mais uma opção de fonte de renda”, destacou o Albernaz. 
Outra atividade fundamental para o grupo são os cursos de capacitação para jovens e agricultoras da associação, promovidos pela técnica Maria José Souza Melo. A técnica social também tem incentivado os agricultores a voltarem a estudar e a fortalecerem o associativismo, na comunidade. Ela diz que o projeto conseguiu incluir muitas pessoas que viviam à margem da sociedade e ofereceu, além de uma fonte de renda e uma melhor alimentação, um novo entusiasmo pela vida. “Aqui, as assistências técnica e social trabalham lado a lado, e os resultados são positivos”, complementou.

Modelo
O trabalho desenvolvido pelo Feira Verde de Ibicaraí já é utilizado como modelo em outros municípios. Excursões de estudantes, interessados em conhecer o trabalho da associação, visitam a área a fim de levar as experiências para as suas localidades.
No ano passado, os produtores iniciaram a comercialização dos seus produtos também para os Programas Federais de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae). Segundo Albernaz, com isso, conseguiram levantar mais de 47 mil reais na venda de produtos para esses programas. “Cada produtor tem uma cota e vende até R$ 200 reais para o PAA, este é um dinheiro certo”, conta ele.
Com recursos próprios, a Associação já adquiriu uma bomba de maior potência e kits de irrigação. O próximo passo é comprar um veículo para o transporte dos produtos até as feiras livres e, futuramente, adquirir uma área maior para a produção. “A associação deseja comprar uma área e deixar a atual para novos agricultores que pretendam entrar no projeto, porque todos os dias tem gente batendo na nossa porta querendo participar”, diz, com otimismo, o presidente.

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