sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Que é Cultura?


A CULTURA é fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos que guiam nosso comportamento social.   Entender como estes valores se internalizaram em nós e como eles conduzem nossas emoções e a avaliação do outro, é um grande desafio.
CULTURA - É o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade.
Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais.  É o conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico ou uma nação ( língua, costumes, rituais, culinária, vestuário, religião, etc ), estando em permanente processo de mudança.
A Filosofia espera contribuir para uma reflexão mais profunda sobre as questões relativas ao tema e à partir desta, contribuir para a superação de valores de herança colonial que entravam o desenvolvimento da sociedade.
AFRICANIDADES é um tema que está em pauta para reflexão, em todas as esferas da sociedade: educação, política, religião, economia ( nas leis sancionadas no governo Lula, conquista dos movimentos negros nas políticas de Ação Afirmativa, no processo de mudança social onde cada vez mais se torna visível a questão da discriminação em contradição com a visibilidade das potencialidades étnico-raciais e sociais em todos os níveis ( idade, cor, religião, gênero, manifestação cultural, classe social, etc ).
Cada vez mais se exige o conhecimento da cultura africana sem o véu do folclore que minimiza sua importância junto ás matrizes indígenas e principalmente européia.
O Brasil é considerado o mais africano entre os países americanos, pois foi o principal receptor de escravos originários de África e, atualmente, 45 por cento dos seus 180 milhões de habitantes são negros ou mulatos.  
"O Brasil não só é um país da diáspora africana, mas também um país africano, a segunda maior nação negra do mundo"
Se entendermos que cada grupo étnico possui sua forma de se expressar no mundo, ampliamos nossa compreensão de que há uma diversidade cultural que deve ser respeitada, senão compreendida.  E o respeito compreende a liberdade de expressão.
A história ocidental nos deixou de herança o olhar etnocêntrico. Este olhar foi um dos fatores desencadeadores do fenômeno social da atitude preconceituosa e da discriminação.
No séc. XXI, uma parcela da população em um processo que é natural de mudança de mentalidade, se debruça sobre estes aspectos herdados com o objetivo de superá-los.  Nesta parcela estão artistas, livres pensadores, educadores, governo e grupos sociais, editores de jornais, livros e revistas, etc.  Em todos os setores e através de todos os meios de comunicação, o tema diversidade cultural está sendo tratado de forma profunda, pois entendem que só assim, se poderá avançar.
“Em geral, o senso comum emprega as expressões ‘ter cultura’ e ‘não ter cultura’ como sinônimos de culto e inculto, o que gera uma série de distorções e preconceitos”.
No sentido Antropológico, não falamos em Cultura, no singular, mas em culturas, no plural, pois a lei, os valores, as crenças, as práticas e instituições variam de formação social para formação social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser temporal e histórica, passa por transformações culturais amplas e, sob esse aspecto, Antropologia e História se completam, ainda que os ritmos temporais das várias sociedades não sejam os mesmos, algumas mudando mais lentamente e outras mais rapidamente.
Se reunirmos o sentido amplo e o sentido restrito, compreenderemos que a Cultura é a maneira pela qual os humanos se humanizam por meio de práticas que criam a existência social, econômica, política, religiosa, intelectual e artística.
A religião, a culinária, o vestuário, o mobiliário, as formas de habitação, os hábitos à mesa, as cerimônias, o modo de relacionar-se com os mais velhos e os mais jovens, com os animais e com a terra, os utensílios, as técnicas, as instituições sociais (como a família) e políticas (como o Estado), os costumes diante da morte, a guerra, o trabalho, as ciências, a Filosofia, as artes, os jogos, as festas, os tribunais, as relações amorosas, as diferenças sexuais e étnicas, tudo isso constitui a Cultura como invenção da relação com o Outro.
O Outro, antes de tudo, é a Natureza. A naturalidade é o Outro da humanidade. A seguir, os deuses, maiores do que os humanos, superiores e poderosos. Depois, os outros humanos, os diferentes de nós mesmos: os estrangeiros, os antepassados e os descendentes, os inimigos e os amigos, os homens para as mulheres, as mulheres para os homens, os mais velhos para os jovens, os mais jovens para os velhos, etc.
Em sociedades como a nossa, divididas em classes sociais, o Outro é também a outra classe social, diferente da nossa, de modo que a divisão social coloca o Outro no interior da mesma sociedade e define relações de conflito, exploração, opressão, luta. Entre os inúmeros resultados da existência da alteridade (o ser, um Outro) no interior da mesma sociedade, encontramos a divisão entre cultura de elite e cultura popular, cultura erudita e cultura de massa.
DEFINIÇÕES A PARTIR DO ENTENDIMENTO DO QUE É CULTURA
DISCRIMINAÇÃO - Discriminar significa "fazer uma distinção". O significado mais comum, tem a ver com a discriminação sociológica: a discriminação social, racial, religiosa, sexual, étnica ou especista.
DIVERSIDADE - Movimento que vai na contracorrente da monocultura ou cultura única.
‘A diversidade é percebida, com frequência, como uma disparidade, uma variação, uma pluralidade, quer dizer, o contrário da uniformidade e da homogeneidade. Em seu sentido primeiro e literal, a diversidade cultural referia-se apenas e simplesmente, em consequência, à multiplicidade de culturas ou de identidades culturais. Mas, nos dias de hoje, esta visão está ultrapassada pois, para inúmeros especialistas, a «diversidade» não se define tanto por oposição à «homogeneidade» quanto pela oposição à «disparidade». Ela é sinônimo de diálogo e de valores compartilhados.’ Alain Kiyindou   
“A sociedade brasileira reflete, por sua própria formação histórica, o pluralismo. Somos nacionalmente, hoje, uma síntese intercultural, não apenas um mosaico de culturas. Nossa singularidade consiste em aceitar – um pouco mais do que outros - a diversidade e transformá-la em algo mais universal. Este é o verdadeiro perfil brasileiro… Sabemos, portanto, por experiência própria, que o diálogo entre culturas supera – no final – o relativismo cultural crasso e enriquece valores universais”.
ETNOCENTRISMO é uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre estaria sendo baseado nos valores adotados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro.
Não existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ter menor ou maior desenvolvimento tecnológico se comparado um ao outro, possivelmente, é mais adaptável a determinados ambientes, além de não possuir diversos problemas que esse grupo "superior" possui.
FOLCLORE - Gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes, lendas, tradições e festas populares transmitidos por imitação e via oral de geração em geração. "Folclore é tradição! Passado e presente! É cultura embasada nos usos e costumes de uma Nação!Todos os povos possuem suas tradições, crendios e supertições,que transmitem através de lendas ,contos, provérbios e canções ".
PRECONCEITO - É uma atitude discriminatória que baseia conhecimentos surgidos em determinado momento como se revelassem verdades sobre pessoas ou lugares determinados. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são o social, racial e sexual.
RELATIVISMO CULTURAL -  é uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmo.
O relativismo cultural defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade. Harry Gensler 
Ex: Na cultura europeia/ocidental, o ato de comer é feito com garfo, faca e colher.  Excetuando-se os cerimoniais, não há ordem estabelecida para sentar na mesa. Na China o costume é comer sentado.  No interior do nordeste é costume comer utilizando-se os dedos.  Junta-se um punhado de comida, em geral com farinha e com os dedos leva-a à boca.  Hábitos diferentes que naturais em seus contextos, podem ser mal interpretados fora deles.  Assim, comer com a mão pode ser uma falta de educação, comer com colher pode ser coisa de pobre ou comer com garfo e faca ou palitos pode parecer estranho a quem não tem este hábito.
Fonte  - Sonia Jobim    -    2006
Texto Adaptado por Ifatolà 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Por que a Lei de Moisés (5 primeiros livros da biblia) nunca deveria ser traduzidas para outros idiomas?


"Infeliz é o homem que vê na interpretação da Lei a recitação de uma simples narrativa, contadas em palavras de uso comum. Se fosse só isso, Não teríamos dificuldade alguma em compor hoje uma Torah (Lei de Moisés) melhor e mais atraente. Mas as palavras que lemos são apenas a túnica exterior. Cada uma delas contem um significado mais alto do que o que nos é aparente. Cada uma contem um mistério sublime que devemos tentar penetrar com persistência. Os que tomam o traje exterior pela coisa que ele cobre, não encontrarão muita felicidade nele - exatamente como os que julgam o homem apenas pelas suas vestimentas exterior estão fadados  à desilusão, pois são o corpo e o espírito que fazem o homem. Sob a vestimenta da Torah, que são as palavras, e sob o corpo da Torah, que são os mandamentos, encontra-se a alma, que é o mistério oculto. É o mistério oculto que faz a lei dada por D'us superior a todas as leis feitas pelo homem, ainda que essas últimas possam aparecer mais grandiosas e parecer mais lógicas. Há uma alma dentro de uma alma, que respira com a Lei".
Rabbi Shimon Bar Yochai - Século II
A lei deveria permanecer em seu idioma original, o hebraico.  Traduzindo-a, damos razão aos que dizem que "A Letra Mata", pois mergulha o individuo na completa ignorância acerca da Vontade de D'us.
www.8.pdw.com.br

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Aulas de filosofia - Teoria do Conhecimento


Veja aqui como planejar o currículo de Filosofia com o tema Teoria do Conhecimento. Clique nos títulos dos textos e dos planos de aula para acessá-los. Você pode também montar uma apostila para os alunos com os textos. Tenha o cuidado, entretanto, de adicionar também os exercícios e/ou planos de discussão, quando for o caso.

Primeira Unidade

Se você estiver trabalhando com o 1º ano do Ensino Médio, seria bom começarexplicando sobre as diferentes formas de ver a realidade: ciência, religião, filosofia... E explicar a especificidade da Filosofia. Você encontra aqui um texto sobre O que é Filosofia?  para introduzir o tema.

1.O problema da validade   - esse texto trata do problema da validade do conhecimento que está no centro da Epistemologia, ou seja, quais as condições para que um conhecimento seja digno de crédito.

Para trabalhar esse texto com os alunos, siga as dicas do Plano de Aula: Em busca da Verdade e o ceticismo

2. Qual o princípio de tudo?  - aqui apresentamos o problema da validade na perspectiva dos filósofos Pré-Socráticos.
Aqui o Plano de aula correspondente: O fundamento da realidade .

3. Ser e não ser  - os alunos agora são convidados a ver o problema do fundamento de outro modo, não somente como um elemento fundante, mas uma concepção de qual é a dinâmica da realidade.

Além das sugestões no plano de aula  Ser e não ser   você pode também usar a música de Lulu Santos "Como uma onda" e pedir para que os alunos façam relações entre a música e o texto. Também pode partilhar o texto, cada aluno lê um parágrafo e passa para o aluno seguinte. Depois pode pedir para que os alunos em duplas, realizem uma síntese do que entenderam sobre o parágrafo ou questões e dúvidas que tiveram.

4.  Ser, devir, paradoxos  - nesse texto examinamos as proposições de Parmênides e seus seguidores sobre o ser como fundamento de tudo.

Além do plano de aula  Ser, devir, paradoxos  que contém vários exercícios para trabalhar com a classe, você também pode dividir a classe em grupos dois grupos apresentariam os argumentos de Heráclito e outros dois os de Parmênides. Depois, um grupo pode apresentar as posições do seu filósofo e o outro tentar refutar os argumentos, em seguida, os papeis se invertem. Para fechar a unidade, o professor pode propor temas para dissertação tais como "qual o fundamento de tudo?" ou "ser ou devir" discutindo as teses de Parmênides e Heráclito.

Segunda unidade

5. Sócrates:  conhecimento de si e cuidado de si - aqui a questão do conhecimento se desloca para as relações entre conhecimento, ou busca da verdade, e ética.

Antes de iniciar o plano de aula sobre Sócrates , seria bom retomar o contexto da filosofia na Grécia, fazendo um panorama sobre a democracia grega e os sofistas. Uma boa introdução é passar o filme Sócrates de Roberto Rossellini.

6. Platão  - Aqui apresentamos o problema do conhecimento em Platão em diálogo com o contexto da democracia grega.

Para desenvolver o plano de aula sobre Platão , seria bom retomar antes os elementos trabalhados na aula anterior antes de ir diretamente ao texto.

7. Aristóteles  - a resposta de Aristóteles a teoria das ideias de Platão.

No plano de aula sobre Aristóteles  você encontra algumas dicas de como fechar essa unidade, trabalhando com os alunos as diferenças entre a teoria de Platão e de Aristóteles.

Terceira Unidade

8. Os universais  - aqui passamos brevemente sobre o problema do conhecimento no período Medieval, mas sem contextualizar, pois demandaria muito tempo. O essencial é que os alunos percebam a continuidade do tema.

Nesse plano de aula sobre os Universais , você encontra também alguns exercícios de lógica, caso os alunos se animem, pode ampliar com outros.

9. Nominalismo e realismo  - Nesse texto você acompanhará os desdobramentos da questão dos universais na Idade Média. Sugerimos o filme "O nome da rosa" para que os alunos entendam melhor a questão dos universais no contexto da Idade Média. Depois de assistir o filme, você pode dividir a classe em grupos e pedir que cada um deles destaque uma das posições apresentadas no filme. Por exemplo, um grupo pode falar sobre os franciscanos, outro sobre os beneditinos e outro sobre os dominicanos. Também pode explorar questões sobre a relação entre posse do conhecimento e poder.

10. O problema do conhecimento na Era moderna  - esse texto introduz a mudança de perspectiva entre as filosofias essencialistas e a filosofia do sujeito a partir da questão de como entramos na visão moderna de ciência. Para que os alunos tenham uma noção dessa diferença, faça um trabalho interdisciplinar com o professor de Física com os problemas relacionados a concepção medieval de mundo e a concepção moderna. Por exemplo: 1) Se a Terra é redonda, por que não caímos? 2) Se a Terra está girando o tempo todo, o que aconteceria com um objeto lançado do alto de um edifício, ele cairia perto ou longe? Por quê? 3) O que aconteceria se a Terra parasse derrepente? 4) Se a Terra está mesmo girando, onde pousaria um balão que ficou por uma hora parado no ar?

Quarta Unidade

11. Descartes  - depois de ter sido introduzido nos problemas da epistemologia moderna, o aluno verá a solução apresentada por Descartes para o problema. Vale trabalhar com os alunos a reconstrução da argumentação de Descartes. Peça a eles que refaçam o argumento passo a passo, ou seja, cada etapa da dúvida. Depois peça a eles que examinem se a solução de Descartes "penso, logo existo" é realmente irrefutável, para animar o debate poderia-se perguntar: - não é preciso antes existir para pensar? Você pode pedir para os alunos analisarem as relações entre o início do filme Matrix e o argumento de Descartes: será que não estamos todos sonhando dentro de uma máquina que nos programa?

12. De onde vem as ideias?  - Este texto serve de preparação para os outros que virão a seguir. A questão do inatismo não é fácil de assimilar, por isso, propomos um exercício, logo depois do texto, em que os alunos poderão realizar um experimento para poderem se familiarizarem com a ideia.

13. Empirismo  - Aqui sáo apresentadas as tees empiristas de Locke e Hume. Após o texto, você encontra um plano de discussão sobre o tema.

14. O inatismo de Leibniz  - Após ler este texto, os alunos podem realizar um juri em que defensores do empirismo e do inatismo apresentam seus pontos de vista. Em seguida, pode convidar os alunos a escreverem um texto defendendo uma ou outra posição.

15. Kant  - Discuta com os alunos a solução apresentada por Kant. Para isso, peça a eles que leiam cuidadosamente o texto destacando os conceitos principais. Em seguida realize um "dicionário de Kant". Um aluno pronuncia um dos conceitos que encontrou no texto e outro é convidado a apresentar uma definição do mesmo.

21 filmes sobre educação e professores criativos


Em um trabalho numa daquelas disciplinas pedagógicas (que são um saco), tivemos que escolher um filme que abordasse a educação, professores etc.
Ok, não é tão difícil assim para quem assistia a sessão da tarde quando era pequeno; mas o fato é que a partir daquilo precisaríamos explicar alguma teoria pedagógica de um daqueles autores alienígenas.
Pois bem, como aquelas teorias não interessam a ninguém, resolvi sugerir os tais filmes sobre educação pra vocês assistirem. Só não pensem que são daqueles filmes antigões de 30 anos atrás. A maioria deles é recente e todos que gostam de filmes, além de um bom livro, vão gostar (ainda mais quem pretende ser professor ou professora)
Ah, sim. Alguns deles são baseados em livros, claro. E os resumos/sinopses são tirados desses sites de filmes que tem por aí.

Gênio Indomável

Gênio Indomável
Resumo: Um garoto dotado de grande inteligência mas que vive se metendo em encrenca. Sem família e com pouca educação formal, ele devora livros mas guarda tudo que aprende para si e procura empregos que dispensam qualificação. Um professor do MIT descobre que Will é um gênio e quer o garoto em sua equipe de matemática, mas, como Will tem problemas com a polícia, é preciso fazer um acordo com a justiça. São impostas duas condições: ele tem que trabalhar com o professor e fazer terapia. Sean McGuire (Robin Willians) é o terapeuta chamado para domar o dificíl temperamento do rapaz. Ambos são igualmente teimosos, mas surge uma amizade que convence Will a encarar seu passado e seu futuro.

Uma mente brilhante

Uma mente brilhante
Resumo: Baseado no livro A Beautiful Mind: A Biography of John Forbes Nash Jr., de Sylvia Nasar. O filme conta a história real de John Nash que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade. Brilhante, Nash chegou a ganhar o Prêmio Nobel. Diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos, Nash enfrentou batalhas em sua vida pessoal, lutando até onde pôde. Como contraponto ao seu desequilíbrio está Alicia (Jennifer Connelly), uma de suas ex-alunas com quem se casou e teve um filho.

Legalmente Loira

Legalmente Loira
Resumo: A loira Elle Woods levou um fora do namorado, Warner Huntington III, um garoto de família aristocrata que está indo estudar direito em Harvard. O motivo: ela é “loira” demais. Elle decide provar que não tem apenas beleza e se inscreve na mesma universidade, mesmo que isso signifique perder todo o conforto de sua vida fútil. Agora ela tem que lutar e se virar, ao mesmo tempo em que tenta reconquistar seu amado. E está decidida a provar, em nome de todas as loiras, que também é capaz de ser uma boa advogada.

Nenhum a menos

Nenhum a menos
Resumo: As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego, para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela vai atrás do aluno.

Ana e o rei

Ana e o rei
Resumo: Quando a professora inglesa, Anna Leonowens, chega ao exótico Sião para ensinar os filhos do Rei Mongkut, suas sensibilidades ocidentais se chocam com os modos do governante oriental. A tensão aumenta quando Mongkut descobre que forças externas estão conspirando contra seu regime.

Pro dia nascer feliz

Pro dia nascer feliz
Resumo: Documentário sobre as diferentes situações que adolescentes de 14 a 17 anos, ricos e pobres, enfrentam dentro da escola: a precariedade, o preconceito, a violência e a esperança. Foram ouvidos alunos de escolas da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e também de dois renomados colégios particulares, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro.

Forest gump

Forest gump
Resumo: Forrest Gump é um homem muito especial. Considerado estúpido por todos que o conheçem, ele é na verdade apenas uma pessoa ingênua que vê o mundo por uma perspectiva diferente. Gump acidentalmente participa de alguns dos momentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos – Guerra do Vietnã, Caso Wategate, entre outros – enquanto tenta ir atrás do grande amor de sua vida. Sua história é contada com drama e bom humor em iguais proporções, surpreendendo o espectador a cada cena.

O Amor é contagioso

O Amor é contagioso
Resumo: Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, apesar dele ser o primeiro da turma.

Duelo de Titãs

Duelo de Titãs
Resumo: Nos anos 70, numa cidade da Virgínia, a justiça determinou que as escolas deveriam promover a integração entre brancos e negros. Cumprindo a norma, a escola T.C. Williams substituiu o treinador de futebol americano Bill Yoast, branco, por Herman Boone, negro. Além de não ser bem recebido, o novo treinador tem que lidar com jovens que estão juntos pela primeira vez e que, por preconceito racial, não se dão bem. Mais do que o esporte, o racismo é o maior desafio que Boone enfrenta para levar o time adiante.

Cidade dos homens

Cidade dos homens
Resumo: Aos 18 anos, Laranjinha e Acerola estão prestes a ingressar na vida adulta. Questões como filhos, mulheres e emprego, bem como as responsabilidades relacionadas a esses assuntos, permeiam as aventuras dessa dupla de amigos que mora na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

O clube do imperador

O clube do imperador
Resumo: Baseado no texto The Palace Thief, de Ethan Canin, O Clube do Imperadorconta a história de William Hundert, um professor apaixonado pelo trabalho que tem sua vida pacata e controlada totalmente mudada quando um novo estudante, Sedgewick Bell, chega à escola. Porém, o que começa como uma terrível guerra de egos acaba se transformando em uma profunda amizade entre professor e aluno, a qual terá reflexos na vida de ambos nos próximos anos.

Sociedade dos poetas mortos

Sociedade dos poetas mortos
Resumo: Em 1959, John Keating volta ao tradicionalíssimo internato Welton Academy, onde foi um aluno brilhante, para ser o novo professor de Inglês. No ambiente soturno da respeitada escola, Keating torna-se uma figura polêmica e mal vista, pois acende nos alunos a paixão pela poesia e pela arte e a rebeldia contra as convenções sociais. Os estudantes, empolgados, ressuscitam a Sociedade dos Poetas Mortos, fundada por Keating em seu tempo de colegial e dedicada ao culto da poesia, do mistério e da amizade. A tensão entre disciplina e liberdade vai aumentando, os pais dos alunos são contra os novos ideais que seus filhos descobriram, e o conflito leva à tragédia.

Com mérito

Com mérito
Resumo: Monty é um estudante de Harvard prestes a se formar. Quando seu computador quebra, ele fica apenas com uma cópia impressa de seu trabalho de graduação e corre pra tirar uma cópia, mas tropeça e o calhamaço cai no porão de um prédio. Ali se abriga o mendigo Simon, que pega o trabalho e chantagea Monty: para cada página do trabalho, ele quer um dia de casa e comida. E assim Monty e seus companheiros de república são forçados a conviver com Simon, um relacionamento que aos poucos se transforma em amizade. O mendigo está doente, teme morrer logo e começa a rever os erros de sua vida. E pode não ser culto, mas é capaz de ensinar algumas coisas sobre a vida para estes estudantes de Harvard.

O Nome da Rosa

O Nome da Rosa
Resumo: Adaptação do livro de Umberto Eco. Sean Connery faz o Sherlock Holmes dos monges, tentando solucionar uma série de assassinatos ocorridos num mosteiro do século XIV.

Meu mestre minha vida

Meu mestre minha vida
Resumo: Arrogante e autoritário, o professor Joe Clark é convidado por seu amigo Frank Napier a assumir o cargo de diretor na problemática escola em Paterson, New Jersey, de onde ele havia sido demitido. Com seus métodos nada ortodoxos, Joe se propõe a fazer uma verdadeira revolução no colégio marcado pelo consumo de drogas, disputas entre gangues e considerado o pior da região. Com isso, ele ao mesmo tempo coleciona admiradores e também muitos inimigos.

Perfume de mulher

Perfume de mulher
Resumo: Frank Slade é um ex-coronel do exército cego que leva o jovem estudante Charlie Simms para um final de semana em Nova York, no feriado de Ação de Graças. Durante a viagem, Frank revela ao jovem Charlie seus planos: visitar sua família, comer em bons restaurantes, dormir com uma bela mulher e, depois de tudo, cometer suicídio. O filme acompanha os dois durante o fim de semana, quando situações emocionantes os ensinam sobre os relacionamentos e significados da vida.

Em luta pelo amor

Em luta pelo amor
Resumo :Vida da cortesã veneziana do século XVI, Verônica Franco, lendária por seus dotes verbais e sexuais e habilidade para virar as cabeças de diplomatas estrangeiros. Sua busca insistente pelo amor do nobre Marco Venier, uma iminente epidemia e a perseguição da Igreja são as ameças de sua ruína.

Escritores da liberdade

Escritores da liberdade
Resumo: Erin Gruwell é uma jovem professora que leciona em uma pequena escola de um bairro periférico nos EUA. Por meio de relatos de guerra, ela ensina seus alunos os valores da tolerância e da disciplina, realizando uma reforma educacional em toda a comunidade.

A Voz do coração

A voz do coração
Resumo: Ao receber a notícia do falecimento da mãe, o reconhecido maestro Pierre Morhange volta para casa. Lá, ele recorda sua infância por meio da leitura das páginas de um diário mantido por seu antigo professor de música, Clément Mathieu. Na década de 40, o pequeno Pierre é um menino rebelde, filho da mãe solteira Violette. Ele freqüenta um internato dirigido pelo inflexível Rachin, que enfrenta dificuldades para manter a disciplina dos alunos difíceis. Mas a chegada do professor Mathieu traz nova vida ao lugar: ele organiza um coro que promove a descoberta do talento musical de Pierre.

Vem dançar

Vem dançar width=
Resumo: Pierre Dulaine é um dançarino profissional que resolve trabalhar voluntariamente numa escola de dança do sistema de ensino público nova-iorquino. Enquanto sua formação bate de frente com os desejos de seus alunos, juntos eles criam um novo estilo de dança. Baseado em história real.

Conrack

Conrack
Resumo: Um homem branco chega em uma ilha quase inteiramente habitada por negros, com o objetivo de dar aulas na escola local. Lá ele enfrenta resistências para poder dar uma educação melhor aos seus alunos.

sábado, 8 de setembro de 2012

Independência ou Morte


No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente dom Pedro retornava de uma viagem a Santos, cidade no litoral da província de São Paulo. No meio do caminho, encontrou um mensageiro que lhe levava duas cartas: a primeira exigia seu retorno imediato a Portugal. A segunda, apontava dois caminhos: a obediência a Portugal ou a separação total da metrópole. Apoiado pela elite brasileira, dom Pedro não teve dúvidas: proclamou a Independência do Brasil. Saiba como foram os acontecimentos que antecederam ao famoso "Grito do Ipiranga".
Independência ou Morte!, Pedro Américo. Museu Paulista – USP
Independência ou Morte!, Pedro Américo. Museu Paulista – USP

Entre a França e a Inglaterra

No final do século XVIII, Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu. A Inglaterra industrializada era uma nação muito rica, que precisava cada vez mais de mercados para seus produtos. A França não tinha tantas fábricas, mas contava com um exército poderoso, comandado por Napoleão Bonaparte. Para a França, a melhor maneira para se tornar a nação mais importante da Europa era sufocar a economia inglesa. Assim, em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, proibindo todos os países europeus de comercializar com a Inglaterra. Quem fizesse negócios com a rival seria invadido pelo exército francês.
Para Portugal, a situação ficou difícil. Afinal, a Inglaterra era uma aliada importante e um país para o qual o Império português devia muito dinheiro. Por outro lado, o exército francês era poderoso. Como o governo português não decidia de que lado ficava, em 1807, o imperador francês Napoleão Bonaparte ordenou a ocupação de Portugal. Para a corte de Lisboa havia duas opções: aceitar o domínio napoleônico ou partir para o Brasil.

Uma fuga e tanto

Sem saída, o governo português fez um acordo secreto com os ingleses, que se comprometeram a ajudar a família real e a corte portuguesa na fuga. Cerca de 15 mil pessoas abandonaram Portugal às pressas. Na manhã de 29 de novembro de 1807, oito naus, quatro fragatas, três brigues, uma escuna e outras embarcações partiram do rio Tejo, em Lisboa, sob proteção inglesa. Na bagagem, traziam tudo o que puderam carregar – móveis, objetos de arte, louças, livros, arquivos e dinheiro do tesouro imperial. Em 22 de janeiro de 1808, chegaram a Salvador, na Bahia. Lá, eles foram festejados durante algumas semanas. Mas o destino final era a capital da colônia, o Rio de Janeiro, onde dom João VI e sua comitiva desembarcaram no dia 8 de março de 1808.
Vista do Rio de Janeiro: Tomada dos Arredores da Igreja de Nossa Senhora da Glória, quadro de J. M. Rugendas.
Vista do Rio de Janeiro: Tomada dos Arredores da Igreja de
Nossa Senhora da Glória, quadro de J. M. Rugendas.

Viva o comércio!

A primeira medida de dom João – ainda em Salvador – foi a abertura dos portos do Brasil às nações amigas. Quer dizer: a partir dessa data, os produtos exportados para o Brasil não precisavam mais passar por Portugal e os portos brasileiros receberiam pela primeira vez navios com bandeiras das nações que mantinham boas relações com Portugal. Isso foi muito importante, pois a colônia começou a entrar em contato com os produtos e as idéias que circulavam em outras partes do mundo. Os portos do Brasil passaram a ter mais importância para os ingleses, que tinham dificuldades para comerciar na Europa devido ao Bloqueio Continental de Napoleão. Entusiasmados, os comerciantes estrangeiros trouxeram de tudo: tecidos, sapatos, talheres, louças, cristais, chapéus, cachimbos, xales, ferragens, queijo, manteiga, escovas, pentes, navalhas, perfumes, sabonetes, velas, pianos, carruagens, barbantes e caixões, além de produtos inúteis como carteira para notas (aqui só havia moedas), patins para gelo, casacos de pele e tecidos de lã pesada, inadequados para nosso clima quente.

Fique ligado!

Antes da chegada da família real, o Brasil era obrigado a seguir uma série de condições:
• A proibição de comerciar com outros países, a não ser Portugal.
• Qualquer comércio entre Brasil e Portugal só podia ser feito apenas por pessoas autorizadas.
• No território brasileiro, não podiam ser plantados produtos que já fossem cultivados em Portugal, nem fabricar artigos que fossem feitos por lá.

Mais cultura para o Brasil

Além das mudanças comerciais, a chegada da família real ao Brasil também causou um reboliço cultural e educacional. Nessa época, foram criadas escolas como a Academia Real Militar, a Academia da Marinha, a Escola de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, a Academia de Belas-Artes e dois Colégios de Medicina e Cirurgia, um no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Foram fundados o Museu Nacional, o Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo acervo era composto por muitos livros e documentos trazidos de Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico. Uma atitude muito importante de dom João foi a criação do Banco do Brasil e da Imprensa Régia. Essa última editou obras de vários escritores e traduções de obras científicas. Foi um período de grande progresso e desenvolvimento.
O Observatório Astronômico do Rio de Janeiro foi uma das contribuições de dom João VI à ciência natural no Brasil
O Observatório Astronômico do Rio de Janeiro foi uma das contribuições de dom João VI à ciência natural no Brasil

Ciúmes do lado de lá

Tanto movimento por aqui provocou a indignação do outro lado do Atlântico. Afinal, o Brasil deixara de ser uma simples colônia. Nosso país tinha sido elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves. Quer dizer, enquanto a família real esteve por aqui, a sede do reino foi o Rio de Janeiro, que recebeu muitas melhorias. Enquanto isso, em Portugal, o povo estava empobrecido com a guerra contra Napoleão e o comércio bastante prejudicado com a abertura dos portos brasileiros. Os portugueses estavam insatisfeitos e, em 1820, estourou a Revolução Liberal do Porto – cidade ao norte de Portugal. Os rebeldes exigiram a volta de dom João e a expulsão dos governantes estrangeiros. Queriam também que o comércio do Brasil voltasse a ser feito exclusivamente pelos comerciantes portugueses. Cedendo às pressões de Portugal, dom João voltou em 26 de abril de 1821. Deixou, contudo, seu filho dom Pedro como regente do Brasil. Assim, agradava aos portugueses e aos brasileiros que tinham lucrado com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, especialmente com a abertura dos portos.
Um dos grandes acontecimentos na corte foi o casamento de dom Pedro I com a princesa austríaca dona Leopoldina em 1817.
Um dos grandes acontecimentos na corte foi o casamento de dom Pedro I com a princesa austríaca dona Leopoldina em 1817.
Jean-Baptiste Debret mostra esse fato na tela Desembarque da Princesa Leopoldina

Fique ligado!

Em Portugal, uma nova Constituição começou a ser feita para o Império português. Só que para a elaboração do documento, o Brasil, como Reino Unido, teria direito de enviar seus deputados. Os portugueses não aceitavam essa hipótese e começaram a pressionar para que o Brasil voltasse a ser colônia, pois isso favoreceria seus interesses. Os brasileiros não aceitaram, queriam liberdade para comerciar e governar.

O Dia do Fico

A situação do Brasil permaneceu indefinida durante o ano de 1821. No final desse ano, um fato novo redefiniu a situação: chegaram ao Rio de Janeiro decretos da corte que exigiam a completa obediência do Brasil às ordens vindas da metrópole. No dia 9 de dezembro de 1821, o governo brasileiro voltou a ser dependente de Portugal. Dom Pedro recebeu ordens para voltar a Portugal, mas o Partido Brasileiro – grupo formado por grandes fazendeiros, comerciantes e altos funcionários públicos – o convenceu a ficar. O regente recebeu listas com assinaturas de cerca de 8.000 pessoas pedindo que ele permanecesse no país. Em 9 de janeiro de 1822, apoiado pelas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, dom Pedro decidiu permanecer. Ele foi à sacada e disse: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!". Essa data ficou conhecida como o Dia do Fico.

A carta de José Bonifácio

No dia 16 de janeiro de 1822, dom Pedro nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva ministro dos Negócios do Interior, da Justiça e dos Estrangeiros. Nos meses seguintes, o apoio do Partido Brasileiro a dom Pedro e o movimento de Independência cresceram bastante, principalmente na região Sudeste. Por outro lado, a corte de Lisboa continuava exigindo a volta do príncipe regente. Mais uma vez ele desafiou Portugal: determinou que as ordens de Lisboa só teriam validade no Brasil depois de passar pelas suas mãos e receber autorização, o que ficou conhecido como "Cumpra-se". Diante dessa medida, o príncipe regente recebeu do Senado da Câmara do Rio de Janeiro o título de Defensor Perpétuo do Brasil. No dia 7 de setembro, às margens do riacho Ipiranga, ele leu uma carta de Portugal que exigia seu retorno imediato e outra de José Bonifácio que dizia: "Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como prisioneiro das cortes portuguesas ou proclamar a Independência, tornando-se imperador do Brasil".

Independência ou morte!

Houve ainda uma carta escrita pela esposa de dom Pedro, a princesa austríaca dona Leopoldina, que reforçava as idéias do ministro. Diante das palavras de José Bonifácio, homem forte do governo e que ficaria conhecido como "Patriarca da Independência", dom Pedro não teve dúvidas. Reagiu imediatamente, tirando do chapéu a fita com as cores vermelha e azul, que representavam a corte real portuguesa, jogando-a no chão. Levantou a espada e gritou: "Independência ou morte!". A cena ficou conhecida como o "Grito do Ipiranga", porque aconteceu às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, para onde dom Pedro tinha ido em busca do apoio dos paulistas. Atualmente, no local dos acontecimentos, encontra-se o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, que guarda objetos da época da Independência.

Fique ligado!

A maior parte da população brasileira acompanhou de forma apática os acontecimentos que levaram à Independência. Entre os escravos negros, ela nem existiu. Algumas poucas senzalas se agitaram, pois acreditavam que haveria também o fim da escravidão. Entretanto, para os milhares de escravos, a vida dura nas lavouras continuaria sem qualquer modificação durante mais de 60 anos. A Independência não gerou mudanças sociais.

O reconhecimento da Independência

Em 1º de dezembro de 1822, dom Pedro foi aclamado imperador do Brasil, passando a usar o título de dom Pedro I. A Independência do Brasil, no entanto, só foi reconhecida por Portugal no dia 13 de maio de 1825. Após alguns meses de negociações, com a ajuda da Inglaterra, ficou decidido que o Brasil deveria pagar a Portugal 2 milhões de libras esterlinas (moeda inglesa). O dinheiro foi emprestado ao novo país pelos ingleses. Esse foi o primeiro pedido de empréstimo de nossa história.
Fonte: www.escolavesper.com.br

Independência ou Morte

Independência ou Morte
O ano de 1822 começou dramaticamente para D.Pedro. Foi no dia 1º de janeiro que ele recebeu o manifesto escrito por José Bonifácio e assinado por toda a junta provincial da cidade. Até então, apesar de alguns cartazes espalhados pelas ruas do Rio e das manifestações cada vez mais entusiásticas que vinham recebendo nas ruas ou no teatro, D.Pedro não registrara nenhum sinal de apoio à sua permanência no Brasil. Mas a carta de Bonifácio era impactante. Segundo ela, as Cortes de Lisboa, baseadas "no despropósito e no despotismo" buscavam impor ao Brasil "um sistema de anarquia e escravidão". Movidos por uma "nobre indignação", os paulistas estavam "prontos a derramar a última gota do seu sangue e a sacrificar todas as suas posses para não perder o adorado príncipe", em quem colocavam "suas bem-fundamentadas esperanças de felicidade e honra nacional".
Os cariocas, que pensavam da mesma maneira, organizaram um abaixo-assinado com 8 mil nomes e o entregaram ao príncipe uma semana depois, numa cerimônia realizada ao meio-dia de 9 de janeiro. Depois de ler o documento, D.Pedro anunciou solenemente sua decisão: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, dia ao povo que fico". Reunido em frente ao Paço Municipal, o povo saudou a decisão do príncipe. No dia 11, as tropas portuguesas tentaram obrigar o príncipe a embarcar para Lisboa. Apoiado pelo povo e por tropas leais, D.Pedro resistiu. A independência, agora, era uma questão de tempo.
Marcam a aproximação entre D.Pedro e a facção mais conservadora da elite brasileira, formada por homens que, em sua maioria, tinham freqüentado a Universidade de Coimbra e partilhavam da idéia de um império luso-brasileiro. Cinco dias depois de expulsar do Rio as tropas lusas, comandadas pelo general Avilez, D.Pedro organizou um novo ministério e, para liderá-lo, escolheu José Bonifácio de Andrada e Silva. Em 1º de agosto, declarou inimigas todas as tropas enviadas de Portugal sem o seu consentimento. No dia 14, partiu para São Paulo para contornar uma crise na província. No dia 2 de setembro, no Rio, a esposa de D.Pedro, D.Leopoldina (imagem acima), leu as cartas chegadas de Lisboa com as abusivas decisões da Corte. Reuniu os ministros e enviou mensageiros a D.Pedro.
No dia 7 de setembro, o príncipe recebeu as cartas às margens do Ipiranga e concluiu que era a hora de romper com a metrópole. Depois de ler, amassar e pisotear as cartas, D.Pedro montou "sua bela besta baia", cavalgou até o topo da colina e gritou à guarda de honra: "Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar... Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas". Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e gritou: "Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre". Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, afirmou: "Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou morte". Eram 4 horas da tarde de 7 de setembro de 1822.
No dia seguinte, inicou a viagem de retorno ao Rio, onde chaegou no tempo recorde de cinco dias, deixando toda a tropa 10 horas para trás. Na capital, foi saudado como herói. A 1º de dezembro, aos 24 anos, foi coroado não rei, mas imperador, para mostrar que, apesar do direito monárquico, também fora eleito pelo "povo".
Fonte: educaterra.terra.com.br