quarta-feira, 14 de março de 2012

Inatismo, empirismo e construtivismo: três ideias sobre a aprendizagem


Platão, Aristóteles e Jean Piaget pensaram em diferentes concepções sobre a aquisição dos conhecimentos. Conheça as bases de cada uma

Seja bem-vindo a uma investigação que já dura mais de 2 mil anos e não tem data para acabar. Em torno das indagações que ela provoca, estudiosos das mais diversas áreas de conhecimento humano gastaram toneladas de saliva, montanhas de papel e enorme esforço intelectual. O desafio de dois milênios pode ser resumido em duas perguntas: como o ser humano aprende? E como criar as melhores condições possíveis para que o aprendizado ocorra na escola?

Inatismo, o saber congênito

A busca por respostas começa na Antiguidade grega, com o nascimento do pensamento racional, que busca explicações baseadas em conceitos (e não mais em mitos) como uma forma de entender o mundo. Para os primeiros filósofos, a dúvida consistia em saber se as pessoas possuem saberes inatos ou é se possível ensinar alguma coisa a alguém.

Platão (427-347 a.C.) firmou posição a favor das ideias congênitas. Defendendo a tese de que a alma precede o corpo e que, antes de encarnar, tem acesso ao conhecimento, o discípulo de Sócrates (469-399 a.C.) afirmou que conhecer é relembrar, pois a pessoa já domina determinados conceitos desde que nasce.

Chamada de inatismo, essa perspectiva sustenta que as pessoas naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas trazendo o saber à consciência e organizando-o. "Em resumo, o estudante aprende por si mesmo", escreve Fernando Becker, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no livro Educação e Construção do Conhecimento.

Mesmo que a noção de aprendizado como reminiscência não encontre eco na ciência contemporânea, algumas ideias inatistas ainda pipocam nas salas de aula. Para o bem e para o mal: se por um lado é interessante levar os alunos a procurar respostas para suas inquietações com independência crescente, por outro é lamentável que muitos docentes sigam explicando o baixo rendimento escolar de certos estudantes (sobretudo os de "lares desestruturados") porque eles "não têm habilidade para aprender".

Inatismo
Precursor: Platão (427-347 a.C.)
Pesquisa iconográfica: Josiane Laurentino. Foto: Bettmann/Corbis/Latinstock
Defende que as pessoas nascem com saberes adormecidos que precisam ser organizados para se tornar conhecimentos verdadeiros. O professor só auxilia o aluno a acessar as informações.

Trecho de livro comentado
"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre vós que eram aptos para governar, misturou-lhes ouro na sua composição, motivo por que são mais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e bronze aos lavradores e demais artífices."
Platão, no livro A República

Comentário
Platão diz que o homem nasce com certas características físicas e que elas justificam a posição social de cada um. Ser apto a governar ou trabalhar como auxiliar é resultado de uma vontade divina. Não se considera nenhuma possibilidade de mudança.
 Empirismo, a absorção do conhecimento externo

Aristóteles (384-322 a.C.) apresentou uma perspectiva contrária à de Platão (como se vê no quadro resumo, abaixo). Segundo ele, embora as pessoas nasçam com capacidade de aprender, elas precisam de experiências ao longo da vida para que se desenvolvam. A fonte do conhecimento são as informações captadas do meio exterior pelos sentidos. Ideias como essa impulsionaram o empirismo, corrente favorável a um ensino pela imitação - na escola, as atividades propostas são as que facilitam a memorização, como a repetição e a cópia.

"Os empiristas acreditavam que as informações se transformam em conhecimento quando passam a fazer parte do hábito de uma pessoa", explica Clenio Lago, professor de Filosofia da Educação na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), em São Miguel do Oeste. Absorvidos tal como uma esponja retém líquido, os dados aprendidos são acumulados e fixados - e podem ser rearranjados quando outros conteúdos mais complexos aparecem. A mente humana é definida como uma tábula rasa, um espaço vazio a ser preenchido. "A criança é comparada à água, que pode ser canalizada na direção desejada", diz Lago.

Nos séculos 16 e 17, em plena Idade Moderna, essa perspectiva ganha força com filósofos como Francis Bacon (1561-1626), Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke (1632-1704). Do ponto de vista dos empiristas, caberia à escola formar um sujeito capaz de conhecer, julgar e agir segundo os critérios da razão, substituindo as respostas "erradas" absorvidas no contato com diversos meios (a religião, por exemplo) pelas "certas", já validadas pelos acadêmicos por seguirem os critérios científicos da época.

Apesar dos séculos de distância, o fato é que algumas práticas empiristas seguem presentes no dia a dia das escolas. "Até hoje, o conhecimento é visto por muitos como um produto que pertence ao professor", explica Becker. Os especialistas formulam outra crítica à corrente: nem sempre ideias simples dão elementos para compreender as mais complexas. Dito de outra forma, não basta acumular informações para aprender.

Empirismo
Precursor: Aristóteles (384-322 a.C.)
Pesquisa iconográfica: Josiane Laurentino. Foto: The Bridgeman/Keystone
Sustenta que o conhecimento está na realidade exterior e é absorvido por nossos sentidos. O professor é quem detém o saber. O aprendizado é obtido por meio da cópia, seguida de memorização.

Trecho de livro comentado
"As virtudes, portanto, não são geradas em nós nem através da natureza nem contra a natureza. A natureza nos confere a capacidade de recebê-las, e essa capacidade é aprimorada e amadurecida pelo hábito."
Aristóteles, no livro Ética a Nicômaco

Comentário
O autor critica o inatismo, chamando a atenção para o fato de que não é a "natureza" a responsável por nossos saberes (no trecho, chamados de "virtudes"). Para Aristóteles, os conhecimentos são absorvidos como resultado da prática - quando se tornam hábito.
 Construtivismo, a tentativa de caminho do meio 

Com inatismo e empirismo apontando para lados opostos ("O saber está no indivíduo" versus "O saber está na realidade exterior"), o século 20 nasceu com uma tentativa de caminho do meio para explicar o aprendizado: a perspectiva construtivista. De acordo com essa linha, o sujeito tem potencialidades e características próprias, mas, se o meio não favorece esse desenvolvimento (fornecendo objetos, abrindo espaços e organizando ações), elas não se concretizam.

A presença ativa do sujeito diante do conteúdo é essencial - portanto, não basta somente ter contato com o conhecimento para adquiri-lo. É preciso "agir sobre o objeto e transformá-lo", como diz Jean Piaget (1896-1980) (leia o quadro abaixo). Foi o cientista suíço quem cunhou o termo construtivismo, comparando a construção de conhecimento à de uma casa, que deve ter materiais próprios e a ação de pessoas para que seja erguida.
Embora seus estudos não tenham sido feitos para aplicação em sala de aula - por isso, é um equívoco falar em "método construtivista de ensino" -, suas teorias inspiraram as obras sobre Educação popular de Paulo Freire (1921-1997), sobre Matemática de Constance Kamii, sobre ética de Yves de la Taille e sobre a psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. Nas últimas três décadas, elas também têm influenciado investigações nas chamadas didáticas específicas de cada disciplina.

Pela concepção construtivista, o professor deve criar contextos, conceber ações e desafiar os alunos para que a aprendizagem ocorra. "O conhecimento não é incorporado diretamente pelo sujeito: pressupõe uma atividade, por parte de quem aprende, que organize e integre os novos conhecimentos aos já existentes", escreve Teresa Mauri em O Construtivismo na Sala de Aula.

É claro que nem tudo cabe debaixo do chapéu do construtivismo. Entre os mal-entendidos, um dos mais comuns é considerar que o professor construtivista não apresenta conteúdos nem orienta seus alunos. "Professor que não ensina não é construtivista", afirma Becker. Para que haja o avanço dos alunos, o docente precisa tomar muitas decisões: considerar as demandas da turma, propor questões e desafios e pensar formas de promover ações que gerem aprendizado. "O educador deve dominar sua área e conhecer os processos pelos quais o aluno aprende os mais diferentes conteúdos", diz.

Ao pesquisar a maneira como a criança pensa, Piaget chamou a atenção para o papel da interação para explicar como o conhecimento se origina e se desenvolve. Por essa via, aproximou-se de pesquisadores como Lev Vygotsky (1896-1934) e Henri Wallon (1879-1962). Embora os registros históricos indiquem que Wallon e Vygostky não conviveram diretamente com Piaget, são muitos os pontos de contato entre o construtivismo piagetiano e a perspectiva defendida pela dupla, o sociointeracionismo. Segundo ela, o processo de aprendizagem se dá pela relação do aprendiz com o meio (ambiente familiar e social, professores, colegas e o próprio conteúdo). Você conhece mais detalhes sobre as duas perspectivas nas próximas reportagens da série.
Construtivismo
Precursor: Jean Piaget (1896-1980)
Pesquisa iconográfica: Josiane Laurentino. Foto: Bettmann/Corbis/Latinstock
Estabelece que a capacidade de aprender é desenvolvida e construída nas ações do sujeito por meio do contato ativo com o conhecimento, que é facilitado pelo professor.

Trecho de livro comentado
"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar, classificar em categorias, nem mesmo abstrair. Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo."
Jean Piaget, no livro Problemas de Psicologia Genética

Comentário
Citando características do pensamento científico clássico (enunciação, classificação e abstração), Piaget afirma que o aprendizado necessita também da ação de quem aprende (formulando hipóteses para entender o objeto de conhecimento, por exemplo).

segunda-feira, 12 de março de 2012

Indústria perde 50 mil trabalhadores


A indústria da transformação da região perdeu 49.620 empregados formais em 20 anos encerrados em 2009. Em 1990, o setor era responsável pela contratação de 293.445. Esse número caiu 16% e atingiu 243.825 funcionários no fim de 2009.
Com isso a representatividade da indústria no total de empregos formais da região acompanhou o movimento de queda. Em 1990, quando o setor já era conhecido nacionalmente pelo potencial de geração de riqueza, empregabilidade e bons salários, 55,6% dos trabalhadores formais batiam o cartão nos pontos dessas empresas. Em 2009, o percentual desceu para 32,9%.
Os dados fazem parte de levantamento realizado pelo professor de Economia Sandro Maskio, que ministra aulas na Universidade Metodista de São Paulo, com base em informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Enquanto o setor industrial perdeu trabalhadores, reflexo da modernização das linhas e do fracionamento da produção, 171.941 empregados com carteira assinada ingressaram no setor de serviços, como os transportes, Saúde e Educação./CW
Maskio explica que muitos trabalhadores da indústria perderam seus postos porque exerciam funções consideradas simples hoje em dia, tendo em vista que as máquinas realizam os mesmo processos com mais velocidade e precisão. "Mas no mesmo período o saldo no setor de serviços administrativos, técnicos e profissionais foi de 87.637", destaca. Isso indica que aqueles que deixaram a indústria preencheram boa parte desse subsetor. "Os dados demonstram com clareza a transição da locação da mão de obra no Grande ABC", pontua.
SETORES
O comércio varejista apresentou alta de 68.949 postos de trabalho formal na região nos 20 anos. Em 1990, o setor era responsável pelo emprego de 57.855 pessoas. Já em 2009, eram 126.804 funcionários, o que garantiu 17,1% do total de empregos do Grande ABC na época.
A administração pública tinha 47.282 funcionários em 2009, alta de 142% sobre 1990. E a construção civil, na mesma comparação, teve expansão de 216% ao atingir 34.683 trabalhadores em 2009.
PIB
Contrariando a redução no número de empregados na comparação das duas décadas, a indústria apresentou expansão em sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) do Grande ABC em dez anos encerrados em 2009, passando de 33% para 34%.
O PIB representa o quanto foi gerado de riqueza em determinado local. Ele é calculado por valor adicionado. Portanto, se um fabricante vende um produto ao distribuidor por R$ 100, e a distribuição comercializa o mesmo item ao vendedor final por R$ 150, o valor adicionado apenas neste exemplo é de R$ 50.
Nos mesmos anos, o setor de serviços, incluindo o comércio, apresentou alta de 2 pontos percentuais na participação do PIB da região, caminhando de 47% para 49%.
A arrecadação de impostos foi a parte do PIB que teve redução em sua fatia. Em 1999, representava 20% da produção de riquezas do Grande ABC. Dez anos depois, esse percentual caiu para 17%.
A representatividade da agropecuária foi bem menor do que 1% nos PIB de ambos períodos.
Segundo o professor Sandro Maskio, os resultados são corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) até dezembro de 2011. Em 1999, o PIB deflacionado era de R$ 57,35 bilhões. No fim de 2009, montante passou para R$ 80,26 bilhões, alta de 40%.
SALÁRIO MÉDIO
O salário médio real do empregado formal no Grande ABC caiu 4,9% entre 1999 e 2009. O valor recuou de R$ 2.291 para R$ 2.180, corrigidos monetariamente a preços de dezembro de 2011.
Ao segmentar a evolução do salário médio do empregado formal da região, a maior queda apresentada na década, de 7,3%, ocorreu no segmento de serviços. Esses trabalhadores recebiam cerca de R$ 1.770 por mês em 1999, e passaram a receber, em 2009, R$ 1.640.
Na avaliação do professor de Economia e responsável pela pesquisa, Sandro Maskio, que ministra aulas na Universidade Metodista de São Paulo e na Universidade Municipal de São Caetano, a expansão acentuada no número de empregados no segmento como resultado da segmentação da indústria, que elevou a demanda por serviços, é uma das explicações para a média salarial sofrer a contração no período.
Os funcionários públicos completam o grupo dos setores cujo salário médio do empregado formal ficou mais enxuto. Entre 1999 e 2009, a preços de dezembro de 2011, os valores médios passaram de R$ 2.772 para R$ 2.659.
ALTAS
A construção civil teve o maior incremento real no salário médio dos trabalhadores. Pedreiros, serventes, encanadores e gesseiros viram seus ordenados saltarem 24,8% nos dez anos, com expansão de R$ 1.383 para R$ 1.726.
Os comerciantes elevaram os pagamentos aos seus funcionários em 7,2% na década, alta suficiente para que o salário médio, em 2009, estivesse em R$ 1.133.
E a indústria da transformação, na qual está o setor mais forte da região, a metalurgia, elevou os salários de R$ 3.068 em 1999, para R$ 3.153, alta de 2,8%.
A correção monetária utiliza como base o índice oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

quinta-feira, 1 de março de 2012

ESTÁ FALTANDO HOMEM: ATÉ TERREIRO DE CANDOMBLÉ É FECHADO POR TRAFICANTES E FAMÍLIAS SÃO EXPULSAS EM FAZENDA COUTOS


Quinze famílias ligadas ao terreiro de candomblé Ilê Axé Ilewaa, em Fazenda Coutos, foram obrigadas a abandonar suas casas e missão espiritual por conta das ameaças de possíveis traficantes. A mudança de emergência foi acompanhada por policiais do Departamento de Narcótico (Denarc) e militares da 19ª Companhia Independente de Polícia Militar (Paripe) na noite de segunda-feira. De acordo com informações de um dos moradores, que não quer ser identificado, a ordem era “saiam ou todos morrem”.
A morte do ogan Claudionor, há oito dias, foi a primeira investida dos traficantes, no entender do grupo atingido. Uma das mães-de-santo acredita que “quem fez o serviço queria derrubar a fortaleza da comunidade e enfraquecer a todos”.
O terreiro está localizado numa área tranquila de refúgio e poderia servir como ponto estratégico de  armazenagem das drogas ou mesmo ponto de venda, sem chamar muito a atenção,” deduz a mulher, que está vivendo à base de tranquilizantes, em casa de parentes e amigos. “Estamos em segurança e somente queremos que tudo se resolva para voltarmos para nossas casas e terreiro, que há mais de 30 anos serve àquela comunidade”, desabafa.
Os recados chegavam através de crianças, adolescentes e telefonemas anônimos. “Queremos do pai-de-santo ao ogan mais velho,” diziam em algumas das mensagens de ameaças.
As famílias atingidas não sabem quem seriam essas pessoas, mas o comandante da 19ª CIPM, major Couto, acredita serem elementos ligados ao tráfico na Fazenda Coutos e na comunidade de Bate Coração. “Estão brigando pela liderança no local”, argumenta. As investigações estão a cargo da Polícia Civil e a PM trabalha ostensivamente, realizando rondas e projetos que beneficiem os moradores do lugar”, como adianta o comandante da companhia.
Até o início da noite de ontem, nenhum suspeito havia sido preso. De acordo com o delegado Deraldo Damasceno, todas as investigações correram pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE). “Estamos torcendo para que prendam os culpados e possamos voltar para nosso bairro, nosso terreiro, nossa comunidade. Longe das drogas, ameaças e insegurança impostas por estas pessoas. Não sabemos quem são, mas temos certeza que já nos fazem muito mal”, afirmou a senhora. Quase 100 pessoas estão espalhadas em casas amigas, aguardando as investigações da polícia. No Denarc, no início da noite, ninguém foi encontrado para falar sobre o trabalho que começou a ser realizado na área de Fazenda Coutos.
Fonte: Tribuna da Bahia

Em Brasília: prefeito manda fechar terreiros de Candomblé e Umbanda


Cerca de 10 terreiros de ubamda e candomblé  foram fechados em Planaltina pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). Segundo a Agência, eles não tinham alvará de funcionamento e foram fiscalizados porque vizinhos reclamaram do barulho.

O terreiro de Mãe Noeli de Ossanhi, em Planaltina, foi interditado em fevereiro. Os atabaques estão cobertos e não podem ser tocados. O documento entregue pela Agefis diz que o local exerce atividade econômica sem alvará de funcionamento.

Segundo a Central das Religiões de Matriz Africana do DF, a Afrocom, existem em Planaltina mais de cem terreiros de candomblé e umbanda e pelo menos dez foram notificados. A presidente, Mãe Neuza de Souza, ficou incomodada com a classificação dos templos como locais de atividade econômica. “Não fazem atividade econômica, são filantrópicos”, afirmou.

Para a Agefis a lei distrital de licença de funcionamento, de 2009, classifica os templos religiosos como exercício de atividade econômica. Por isso, eles também precisam de alvará de funcionamento.

Terreiros que não apresentarem o documento serão fechados. Pais e mães de santo reclamam da dificuldade para conseguir a documentação. A Administração Regional de Planaltina não estaria mais expedindo o alvará. O administrador diz que o documento só é emitido se for apresentado também o habite-se, que muitos imóveis não têm.